Por que as pessoas gostam do Superman de Tyler Hoechlin mas não do de Henry Cavill?
Superman (daqui pra frente tratado como Super-Homem ou por algum de seus epítetos) foi o primeiro personagem de quadrinhos do gênero "super-herói". Desde sua primeira aparição na capa da Action Comics em 1938 o personagem já contabiliza 83 anos de histórias e transcendeu os quadrinhos para o rádio, cinema, tv, animações, games e todo outro tipo de mídia. Com tanto tempo de criação, é de se esperar que alguns aspectos do personagem estejam datados. Quando O Homem de Aço deu as caras nos anos 30 ele ainda não contava com sua conhecida galeria de vilões nem mesmo com muitos conceitos de sua mitologia canônica. Super-Homem era basicamente um herói do povo. Combatia assaltantes, robôs, nazistas, quem furava o sinal vermelho...Todavia, o core do personagem sempre permaneceu: Clark Kent é a personificação da justiça, verdade, moral e compaixão.
A série da CW Superman & Lois, traz uma faceta do personagem que até agora só tinha sido explorada nos quadrinhos, apesar de um breve aceno em Superman - O Retorno: A de pai. E é aqui que está o trunfo da versão de Tyler Hoechlin sobre a modernização de Zack Snyder e Henry Cavill com relação ao grande público. Zack Snyder humanizou o personagem de uma forma nunca antes vista, deu a ele defeitos, inseguranças. Transformou-o literalmente em um humano comum, exceto pelos poderes kryptonianos. Não bastasse isso, O Super-Homem de Henry Cavill foi jogado no mundo real: cru,politizado, cínico e porque não dizer, maluco. A versão de Snyder está bem longe de ser ruim. Ao contrário, é um imenso exercício de personagem. No entanto, Super-Homem está no imaginário das pessoas faz muito tempo com um perfil já cristalizado. Logo, uma modernização grande causa estranheza. Para humanizar o personagem a CW optou por explorar a relação do herói como chefe de família ao invés de mergulhá-lo no realismo de Christopher Nolan. O que funciona muito bem.
Apesar de estar sempre lá para salvar o dia quando necessário, as aventuras de Clark Kent o fazem ausente em casa, criando uma relação conturbada com seus filhos adolescentes. Sobra para Lois Lane (Elizabeth Tulloch) tentar manter as coisas em ordem e a família unida dentro do possível. Após alguns eventos, Clark se dá conta de que sua esposa e filhos precisam dele tanto quanto o resto do mundo. Ao revelar sua identidade secreta para os filhos, ele tenta criar uma relação mais transparente e sem segredos. O personagem como o conhecemos desde sempre, continua o mesmo: Super-Homem sorri para as pessoas ao salvá-las, é otimista e etc. Como pai, Ele enfrenta os mesmos problemas que muitos homens da vida real. Mostrando que a paternidade pode ser um desafio tão grande (talvez maior) quanto impedir a queda de um avião ou uma invasão alienígena.
Em resumo, Tyler Hoechlin pode não ser a personificação de uma Action Figure, mas se beneficia de um roteiro que joga no seguro, sem mexer demais em um personagem que já está imortalizado nas mentes do mundo todo. Enquanto a Warner Bros. mantém Henry Cavill e a capa vermelha na geladeira até decidirem que rumo querem dar ao personagem, Tyler Hoechlin segura as pontas na tv com sua versão bem vinda do Super-Homem dos anos 40.
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